quinta-feira, 6 de setembro de 2012


Procura por ensino à distância cresce mais que busca por curso presencial


Os cursos livres gratuitos oferecidos à distância por instituições tornaram-se uma alternativa para as pessoas que buscam qualificação, não podem ou não querem gastar e se locomover até o centro de capacitação.
De acordo com o Censo do Ensino Superior 2010 do Ministério da Educação (MEC), divulgado em outubro de 2011, e do Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (Abraed), aumento pela procura de cursos de graduação na modalidade EaD foi maior em relação aos presenciais no Brasil.
Entre 2009 e 2010, por exemplo, o crescimento de alunos à distância foi de 10,9%, sendo que das aulas presenciais foi de 6,45% no mesmo período, de acordo com o MEC. Ao todo, 2,5 milhões de alunos procuraram os cursos livres à distância em busca de qualificação profissional, idiomas e preparação. Para graduação, foram 930,2 mil pessoas e para pós-graduação cerca de 150 mil alunos.
Segundo a Associação Nacional de Tutores da Educação à Distância (Anated), os cinco cursos EaD com maior número de alunos em 2010 foram pedagogia (273,3 mil matrículas), administração (128,2 mil matrículas), serviço social (74,5 mil matrículas), competências gerenciais (45,9 mil matrículas) e ciências contábeis (40,1 mil matrículas). Já em relação aos cursos presenciais, administração foi o com maior procura, seguido de direito, engenharias, pedagogia e enfermagem.
Perfil do aluno

A média de idade do aluno EaD é 7 anos maior em relação ao estudante de cursos presenciais. Enquanto o primeiro representa média de 33 anos, o segundo representa média de faixa etária de 26 anos, de acordo com o Censo do Ensino Superior do MEC.
O presidente da Anated, Luis Gomes, explica que isso ocorre por causa de um período cíclico da carreira. "Normalmente, quem não consegue pagar uma faculdade termina o ensino médio e começa a trabalhar na faixa dos 20 anos. Constitui família e só depois dos 30 anos consegue estabilizar e decide investir na capacitação, que precisa ser na modalidade de EaD por conta da flexibilidade de horário e custo", completa.
Em relação às modalidades dos cursos, a opção pelo bacharelado lidera, com 72,6% dos alunos presenciais, seguida por licenciatura (17%) e tecnólogos (10%). Já no ensino à distância, a licenciatura está em primeiro lugar, com 45,8%, seguida de bacharelado (28,8%), tecnólogos (25,3%) e licenciatura e bacharelado (1%).
Graduação, pós-graduação e tecnológicos

Os cursos à distância de graduação e pós-graduação credenciados pelo MEC podem ser consultados no E-MEC, página do ministério que reúne a lista de todas as instuituições que podem oferecer as aulas.
Cursos livres

Entre as instituições que oferecem cursos gratuitos à distância de qualificação profissional está a Confederação Nacional da Indústra (CNI), o Serviço de Aprendizagem Industrial (Senai), o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), além do Centro de Integração Empresa Escola (CIEE) e a FGV Online, portal da Fundação Getúlio Vargas que reúne conteúdos e materiais didáticos da intituição sem custo pela internet.
Isabela Leite - Do G1 Campinas e Região

terça-feira, 22 de maio de 2012


TIC’s - Tecnologias de Informação
 e Comunicação e EaD


Por Nádia Pereira da Silva Almeida

Cortelazzo (2012) e Moran (2005) nos mostram, de forma clara, o que são as novas tecnologias de informação e comunicação (TIC’s) e como podemos usá-las dentro do processo de ensino/aprendizagem.
Segundo Cortelazzo (2012), além da escola, todos os contextos onde estamos inseridos levam-nos ao conhecimento, por estarem cheios de informações. Contudo, a autora destaca que essas informações estão acontecendo em uma velocidade cada vez maior, em função dos avanços das novas tecnologias, por isso precisamos selecionar e avaliar as informações para que elas se transformem em um conhecimento válido.
Além disso, é importante que os professores tenham orientações para o uso das novas TIC’s e seu uso dentro de suas práticas pedagógicas. Pois, ainda segundo a autora, as TIC’s permitem a elaboração e a manipulação conjunta de conteúdos pelo professor e aluno, permitindo a codificação, a decodificação e a recodificação tornando, assim, a comunicação mais dinâmica, sem falar na possibilidade de alternância de papéis entre professor/aluno no processo educativo.
Diante disso, percebe-se que a incorporação das TIC’s no processo educativo, produz uma postura positiva e interdisciplinar que promove a emancipação da prática pedagógica, além de fazer com que os alunos sejam mais autônomos, participativos e maduros.
Moran (2005) nos mostra que é possível se prevê o que acontecerá dentro de pouco tempo com a educação favorecida pelas novas TIC’s. Porém, já podemos perceber que a aprendizagem precisa ser mais contínua, principalmente em função da sua complexidade, uma vez que incorpora competências intelectuais, afetivas e éticas. Além disso, a educação esta saindo do espaço físico da sala de aula para ocupar espaços virtuais, com isso sai de uma forma individualizada e entra em uma forma colaborativa, onde todos aprendem juntos. Sem falar que se torna variada, flexível e adaptada ao perfil do aluno.
Diante disso, Moran (2005) destaca as várias possibilidades de educação online, onde a maior parte delas combina variedade de cursos com facilidade de acesso e flexibilidade que estão focados no aluno e na aprendizagem significativa.
Para possibilitar essa nova aprendizagem que desponta, o caminho é a direção da integração, da instantaneidade e da comunicação audiovisual e interativa, onde se pode aliar a internet (pesquisa e interação), a TV digital (qualidade e interação) e a telefonia digital (flexibilidade, liberdade e miniaturização).
Depois do exposto, precisamos entender que as mudanças acontecerão aos poucos mantendo um modelo semipresencial. Não obstante, as mudanças na educação dependam mais de se ter educadores, gestores e alunos maduros intelectual e emocionalmente do que das novas tecnologias, para isso, é de suma importância o investimento contínuo na formação dos professores.
E quando pensamos na formação de professores, estamos pensando em formá-los para serem pessoas alertas, curiosas e que saibam motivar e dialogar com o aluno utilizando ferramentas como os fóruns de discussão dos ambientes virtuais. Pois, nestes fóruns, as possibilidades de interação e motivação são infinitas, sendo um espaço, onde todo o processo de um determinado curso pode acontecer.
Nos fóruns podem ser combinados deste uma simples discussão sobre um assunto especifico, até a postagem de filmes, imagens, músicas, as produções dos alunos e etc. Contudo, o maior destaque esta no processo colaborativo que a ferramenta proporciona.
Depois do exposto, conclui-se que as mudanças no processo de ensino/aprendizagem esta acontecendo e oportunizando aprendizado para pessoas que não tiveram acesso ao método tradicional de educação. A tendência será a diminuição de espaços físicos e o aumento dos serviços virtuais onde as tecnologias estarão, cada vez mais, a serviço da educação.

Referências

CORTELAZZO, I. B. C. A pedagogia e as novas tecnologias. Paraná, 2012.
MORAN, J. M. Tendências da educação online no Brasil, Rio de Janeiro, 2005.

segunda-feira, 7 de maio de 2012


A Educação a Distância pode ajudar a resolver os graves problemas educacionais do Brasil?

A educação à distância (EaD) pode ajudar a resolver os graves problemas educacionais no Brasil. Contudo não será ela a responsável em resolver “todos os problemas educacionais” que o Brasil vem passando ao longo dos tempos.
Segundo Lampert (s/n) a educação à distância foi assinalada como uma saída capaz de atenuar as desigualdades entre as classes sociais, dando a todos indistintamente a oportunidade de se educarem e ao mesmo tempo ao Estado a possibilidade de diminuir o déficit fiscal, eliminando os gastos com a educação.
A esse respeito Souza e Leal (2010) assinalam que a EaD vem facilitar e construir a educação no Brasil, pois leva o acesso à educação em geral a pessoas que antes não puderam usufruir desse direito.
Lampert (s/n) destaca ainda que a metodologia da educação à distância representa uma estratégia para dinamizar o ensino/aprendizagem, elevar sua qualidade e instrumentalizar, tanto professores como alunos, desenvolvendo neles atitudes autônomas e críticas, indispensáveis ao cidadão. Deste modo, a EaD oferece aos estudantes uma educação que prepara para autonomia, inovação, criatividade, aprendizagem continuada, para o desenvolvimento científico e tecnológico, para a diminuição das desigualdades sociais e para o desenvolvimento de valores humanos, éticos e sociais.
Segundo Moran (2007), no Brasil houve significativos avanços na EaD. Uma estratégia governamental foi assumir a Universidade Aberta a Distância que vem renascendo como apoio às iniciativas das universidades públicas, principalmente na formação de professores o que leva as universidades públicas a superar as dificuldades internas de gestão e a atuar em conjunto para atender às especificações das licitações do MEC. O autor destaca, também que as universidades estão se capacitando para responder rapidamente às demandas oficiais.
Diante do exposto percebe-se, como assinalam, Souza e Leal (2010), que não há possibilidade de se voltar na caminhada EaD, pois a tecnologia é parte integrante do nosso dia-a-dia, neste sentido, a educação está se adaptando as novas tecnologias e tem um papel transformador para a sociedade brasileira.

Referências:
LAMPERT, E. Educação à distância: elitização ou alternativa de democratizar o ensino? Rio Grande.
MORAN, J. M. Avaliação do Ensino Superior a Distância no Brasil. 2007.
SOUZA, G. S. & LEAL, T. A. C. S. Educação a Distância no Brasil: Mudança Social e Tecnológica. 2010.


domingo, 22 de abril de 2012


Interatividade

As ferramentas interativas, no processo de educação, favorecem a interação e a interlocução de todos os envolvidos com a educação à distância (EaD), propiciando, assim a aprendizagem interativa onde a construção do conhecimento se faz conjuntamente através das discussões, reflexões e das tomadas de decisões dentro do ambiente da EaD, como nos mostra Ramos (2009).
Para isso, precisamos passar por um processo de inclusão social e digital. Contudo, a inclusão digital agrega a inclusão social, mas o contrário nem sempre se faz verdadeiro.
Atualmente temos visto um grande avanço das tecnologias ajudando a educação, no entanto precisamos saber que o fato de termos computadores e acesso a internet, simplesmente, não muda o processo de aprendizagem, mas sim os atos de usar essas ferramentas para pesquisas, comunicações, disseminação do conhecimento atingiremos de fato o aprendizado, que é a proposta da EaD.
Em muitos aspectos isso vem acontecendo e mudando o foco da educação que esta saindo do foco de transmissão de conhecimento, de ensino para o foco do aprender, do desenvolvimento do aprendizado em si.
Com isso o papel do professor também muda de simples transmissor de conteúdos, para gerenciador de pesquisa e comunicação, para fazer com que o aluno desenvolva a capacidade de aprender, de buscar conhecimento, e, ao mesmo tempo, também é um aprendiz.
O que se percebe claramente é que a educação vem passando por uma reestruturação, onde a internet e o computador são ferramentas que favorecem o aprendizado e a educação à distância.

Referência:
RAMOS, K. Educação à distância provoca mudanças na gestão da aprendizagem e do conhecimento.

quinta-feira, 19 de abril de 2012


Possibilidades


Mendonça (2010) destaca que a EaD é uma educação em que o aprendizado acontece a distância, seja ela temporal ou física. Contudo é mediada por ferramentas tecnológicas (internet e computadores) que permite a comunicação e a interação entre estudantes e docentes.
Suas vantagens:
•      A interação interpessoal;
•      A possibilidade de se acompanhar o estudante;
•      O aluno controlar seu ritmo de estudo;
•      Estimular o aluno com materiais criativos, atrativos e integrados; e
•      A possibilidade de avaliação do aluno.

Contudo, a maior desvantagem da EaD esta no sentimento de isolamento e “solidão” causados pela distância física dos participantes da EaD o que pode levar ao abandono do curso. Neste sentido é de fundamental importância o papel da tutoria para mediar às relações e diminuir as distâncias.


EaD e inclusão

A EaD é uma excelente ferramenta de inclusão, Bueno (2010) destaca sua importância, principalmente quando se para pensa na exclusão que vem acontecendo ao longo da história, onde pessoas por motivos físicos, raciais, sociais, religiosos e/ou financeiros ficam longe das possibilidades de ensino.
Diante disso, a autora enfatiza que a educação inclusiva deve se pautar nos princípios inspirados na coletividade, na valorização da diversidade humana, na solidariedade e na igualdade.
Para isso, um processo educacional que visa à inclusão deve atender o maior número de pessoas possível, fazendo uma ponte entre a instituição educativa e as pessoas que necessitam do estudo, contudo, a prática pedagógica deve se pautar na ética, na justiça e nos direitos humanos.
Entretanto, para que o sistema educacional crie contextos educacionais inclusivos há a necessidade de se reorganizar o trabalho escolar, principalmente por que não há cursos o suficiente que dê conta da diversidade humana.
Não obstante, todas as dificuldades e diversidades, podemos dizer que a EaD é uma possibilidade que vem para mudar todo o contexto educacional em nosso país.


AVA

Mendonça (2010) citando Moran (2002) conceitua a EaD como um processo de ensino-aprendizagem, mediada por tecnologias, onde professores e alunos estão separados, no entanto podem estar conectados e interligados por tecnologias. Sendo assim, a internet, o computador e um ambiente de virtual de aprendizagem (AVA) como o MOODLE, propiciam o aprendizado.
Garrasini (2010) ressalta que MOODLE, é um software educativo e gratuito que dá suporte a EaD, onde sua principal vantagem esta no gerenciamento do tempo, uma vez que os usuários podem adequar seus horários de estudo e trabalho. Além disso, esse ambiente de estudo, permite a disponibilidade de materiais didáticos o mais variado possível.
Como alunos EaD, estamos dando os primeiros passos em direção a uma nova forma de aprendizagem, e por isso, precisamos levar a sério os estudos, pois assim, estaremos mostrando que a EaD pode dar certo e com isso estaremos jogando por terra toda espécie de preconceito com os cursos EaD.



Referências:
BUENO, M. A. F. Inclusão social. Goiânia, 2010.
CHASSOT, A Alfabetização científica: uma possibilidade para a inclusão social. 2003.
GARRASINI, Plataforma moodle. Goiânia, (2010).
MENDONÇA, G. A. A. Educação à distância. Goiânia, 2010.

quarta-feira, 18 de abril de 2012


Educação à distância - EaD



A história da EaD no Brasil vem desde 1904 e com muitas tentativas através do rádio, da TV, ou mesmo do Instituto Universal Brasileiro... Contudo, posso afirmar que esta modalidade de ensino não teria, hoje, tamanho sucesso e expansão sem o uso do computador e da internet como nos mostra Mendonça (2010).
Os elementos informáticos, além de propiciar o estudo no conforto do lar, oferecem “n” opções de pesquisas que pode levar o estudante, seja ele adulto ou criança, ao aprendizado de “qualquer coisa”. As tecnologias não esta mudando somente a história da EaD, mas “toda a história da educação”.
Chassot (2003) explanando sobre o estudo das ciências diz que “as nossas salas de aula de hoje, estão expostas às interferências do mundo externo.” Sendo assim, precisamos, enquanto professores, “considerar a parcela de informações que nossos alunos e alunas trazem hoje à escola”.
Como disse o autor, “temos que reconhecer que eles (alunos), não raro, superam professores nas possibilidades de acesso às fontes de informações”.
Onde estão essas informações? Na internet.
Por isso, fica o alerta: Professores! Não podemos ficar desplugados!
Caso contrário, “perde a escola, os professores e os alunos, pois a educação ficará excluída dos meios que transformam o planeta, onde a quantidade e a velocidade de informações fazem com que a escola pareça cada vez menor”.

Referências:
CHASSOT, A Alfabetização científica: uma possibilidade para a inclusão social. 2003.
MENDONÇA, G. A. A. Educação à distância. Goiânia, 2010.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Documentário - Educação a Distância - O Ensino sem Fronteiras




Este vídeo é parte de uma série de reportagens sobre EaD feita pelo Jornal Nacional em abril de 2009, que mostra, em especial uma brasileira aluna de um curso de especialização pela Universidade de Harvard – EUA. As aulas são ministradas em inglês e transmitidas pela internet em tempo real.
A reportagem mostra, também, o quanto curso superiores cresceram nesta modalidade de ensino no país. Entre 2003 e 2006 foi um aumento de mais de 571%! Até a maior universidade do Brasil “USP” aderiu!
Mas, como nem tudo são flores! Não podemos esquecer que os cursos à distância aparentam uma facilidade que não existe. Eu mesma me enganei quando comecei a fazer a minha faculdade, pensei que seria mais fácil.
Para se fazer um curso à distância é necessário que o aluno tenha disciplina, iniciativa, se esforce muito e principalmente, tenha autonomia o que exige maturidade e determinação.

Nádia Almeida


Rumo a EaD
Por Nádia Pereira da Silva Almeida
Sem dúvida nenhuma estamos dando os primeiros passos rumo a uma nova forma de aprendizado com o advento das ferramentas informáticas e da internet, o que vem modificando o cenário da educação (ensino-aprendizagem) em todo o planeta.  A Internet promove uma variedade de possibilidades combinando custos, flexibilidade e possibilidade de interação.
Com isso precisamos rever nossos conceitos e valores o que nos faz aprender e desenvolver novas e diferentes propostas pedagógicas para novas e diferentes situações de aprendizagem, segundo o que foi dito por Moran (2010).
A nova proposta de aprendizagem é a educação à distância que se utilizada da internet como ponte mediadora entre professor-aluno e permite a formulação e o gerenciamento de várias turmas ao mesmo tempo, o que exige uma nova proposta pedagógica baseada no planejamento e uma equipe pedagógica multidisciplinar competente.
Quando falamos em educação a distância, pensemos em educação on-line com cursos totalmente à distância ou semipresenciais, de pequena ou longa duração. Para cursos de longa duração como os cursos de graduação, há a necessidade de uma maior organização pedagógica onde se equilibre a transmissão de informação com atividades de pesquisa em grupo e/ou individual, o que permite a construção do conhecimento de forma flexível e participativa, e também, uma pedagogia mais flexível, integradora e experimental.
Mas, não podemos esquecer que essa nova modalidade de ensino exige que os alunos tenham autonomia e organização pessoal, além de manter a motivação para se chegar ao fim do curso.

Referência:
MORAN, J. M. Novas questões que a educação on-line traz para a didática. 2010.

terça-feira, 10 de abril de 2012


Por Nádia P. S. Almeida
Graduanda do curso de Pedagogia – UnB/UAB - 2010
SHECHTMAM, S. Aprender e ensinar / ensinar e aprender. 2001.


O texto a ser resenhado é uma adaptação da dissertação de mestrado de Sheila Schechtman (2001) intitulado “Aprender e ensinar / ensinar e aprender”.
Shechtmam (2001) começa o texto falando que todo organismo vivo tem competência e desejo pelo aprender e pelo realizar-se, ou seja, existe no ser a dualidade aprender/ensinar.
A autora, citando Edgar Morin diz que os mamíferos jovens são motivados por uma “pulsão exploratória” ou “cognição” que podemos chamar de “curiosidade” que normalmente vem recheada pelo desejo de conhecer, acumulada de conhecimento e de prazer de conhecer (o novo!). No meio animal a finalidade desta curiosidade é a sobrevivência e a reprodução da espécie, no entanto no homem, ao longo do tempo e do espaço, a curiosidade se transformou em investigação e curiosidade intelectual o que vem determinando o seu desenvolvimento e seu aprendizado, para isso, o sujeito precisa, antes de tudo, ser crítico, disposto e curioso para alcançar o conhecimento.
Pensando nisso o que se percebe é que melhor ferramenta para se trabalhar com a educação é instigar a curiosidade do aluno através de estímulos que o faça arriscar-se e manter-se curioso para que esteja em uma eterna busca pelo seu próprio conhecimento. Dessa forma há a superação de efeitos negativos do ensinar, tão presente no nosso meio educativo. A autora chama esse sujeito de construtor-reconstrutor.
Neste sentido, o aprender envolve momentos de equilíbrio-desequilíbrio para uma acomodação-adaptação posterior através de uma movimentação espiral (pois sempre acrescenta algo novo), constante e dialógica envolvendo o sujeito completo (corpo, mente e cérebro) onde o desejo e a intencionalidade pressupõe uma aprendizagem significativa e individual, no entanto o ato de aprender de uma determinada pessoa envolve o outro, uma vez que quem aprende, aprende algo com alguém, em algum lugar e com o mundo a sua volta, logo essa ação não pode ser solitária ou isolada, diante disso, a aprendizagem precisa ser individual conquanto seja influenciada ela coletividade.
Diante disso entendemos quando Paulo Freire fala sobre o professor como mediador, onde se entende que o professor para ser mediador está em uma posição entre o aprendiz e sua aprendizagem.
O professor mediador é aquele que busca conhecimento para se capacitar enquanto educador fazendo-se aprendiz para ensinar e entende que é um mediador, um facilitador, um incentivador da aprendizagem do aluno, entende, também, que não há mediação sem participação ativa dos envolvidos, para isso apresenta seu conteúdo de diferentes maneiras para que seu aluno possa colher informações, discutir, até que se chegue a produção do conhecimento significativo.
Nesta perspectiva, a autora diz que o papel do mediador é incentivar seu aluno a descobrir por si mesmo, a criar, recriar, criticar, refletir e ser autodidata, para que isso aconteça de forma natural é preciso que o mediador tenha afeto e autoestima por seu aluno, além de dominar o conteúdo a ser apresentado, organizar e dirigir situações de aprendizagem, trabalhar em equipe e administrar sua própria formação.
Shechtmam (2001) termina o texto falando dos quatro pilares da educação propostos por Jacques Delors em seu relatório para a UNESCO, onde o primeiro é o aprender a conhecer, que visa o domínio dos instrumentos do conhecimento (capacitação), em seguida vem o aprender a fazer, que é a preparação para a atuação pedagógica, depois o aprender a viver junto sabendo como enfrentar e resolver situações de tensão e conflito através do “diálogo”, e o último é o aprender a ser, que visa o desenvolvimento do sujeito total a nível intelectual e sentimental seja individual ou social.
O texto de Shechtmam (2001) é importante para profissionais da aera de educação, formados ou em formação que pretendem se capacitar e/ou se aperfeiçoar para a atuação pedagógica e objetivam ver mudanças significativas no processo de aprendizagem de cada aluno a nível individual, mas também a nível da coletividade social.     
Textos como este tem aguçado o meu interesse e curiosidade por aprender cada vez mais sobre a atuação pedagógica para que eu possa ser uma mediadora que provoca a curiosidade de meus futuros alunos. Sou Nádia P. da S. Almeida, acadêmica do Curso de Pedagogia da Universidade de Brasília – UnB/UAB.