terça-feira, 10 de abril de 2012


Por Nádia P. S. Almeida
Graduanda do curso de Pedagogia – UnB/UAB - 2010
SHECHTMAM, S. Aprender e ensinar / ensinar e aprender. 2001.


O texto a ser resenhado é uma adaptação da dissertação de mestrado de Sheila Schechtman (2001) intitulado “Aprender e ensinar / ensinar e aprender”.
Shechtmam (2001) começa o texto falando que todo organismo vivo tem competência e desejo pelo aprender e pelo realizar-se, ou seja, existe no ser a dualidade aprender/ensinar.
A autora, citando Edgar Morin diz que os mamíferos jovens são motivados por uma “pulsão exploratória” ou “cognição” que podemos chamar de “curiosidade” que normalmente vem recheada pelo desejo de conhecer, acumulada de conhecimento e de prazer de conhecer (o novo!). No meio animal a finalidade desta curiosidade é a sobrevivência e a reprodução da espécie, no entanto no homem, ao longo do tempo e do espaço, a curiosidade se transformou em investigação e curiosidade intelectual o que vem determinando o seu desenvolvimento e seu aprendizado, para isso, o sujeito precisa, antes de tudo, ser crítico, disposto e curioso para alcançar o conhecimento.
Pensando nisso o que se percebe é que melhor ferramenta para se trabalhar com a educação é instigar a curiosidade do aluno através de estímulos que o faça arriscar-se e manter-se curioso para que esteja em uma eterna busca pelo seu próprio conhecimento. Dessa forma há a superação de efeitos negativos do ensinar, tão presente no nosso meio educativo. A autora chama esse sujeito de construtor-reconstrutor.
Neste sentido, o aprender envolve momentos de equilíbrio-desequilíbrio para uma acomodação-adaptação posterior através de uma movimentação espiral (pois sempre acrescenta algo novo), constante e dialógica envolvendo o sujeito completo (corpo, mente e cérebro) onde o desejo e a intencionalidade pressupõe uma aprendizagem significativa e individual, no entanto o ato de aprender de uma determinada pessoa envolve o outro, uma vez que quem aprende, aprende algo com alguém, em algum lugar e com o mundo a sua volta, logo essa ação não pode ser solitária ou isolada, diante disso, a aprendizagem precisa ser individual conquanto seja influenciada ela coletividade.
Diante disso entendemos quando Paulo Freire fala sobre o professor como mediador, onde se entende que o professor para ser mediador está em uma posição entre o aprendiz e sua aprendizagem.
O professor mediador é aquele que busca conhecimento para se capacitar enquanto educador fazendo-se aprendiz para ensinar e entende que é um mediador, um facilitador, um incentivador da aprendizagem do aluno, entende, também, que não há mediação sem participação ativa dos envolvidos, para isso apresenta seu conteúdo de diferentes maneiras para que seu aluno possa colher informações, discutir, até que se chegue a produção do conhecimento significativo.
Nesta perspectiva, a autora diz que o papel do mediador é incentivar seu aluno a descobrir por si mesmo, a criar, recriar, criticar, refletir e ser autodidata, para que isso aconteça de forma natural é preciso que o mediador tenha afeto e autoestima por seu aluno, além de dominar o conteúdo a ser apresentado, organizar e dirigir situações de aprendizagem, trabalhar em equipe e administrar sua própria formação.
Shechtmam (2001) termina o texto falando dos quatro pilares da educação propostos por Jacques Delors em seu relatório para a UNESCO, onde o primeiro é o aprender a conhecer, que visa o domínio dos instrumentos do conhecimento (capacitação), em seguida vem o aprender a fazer, que é a preparação para a atuação pedagógica, depois o aprender a viver junto sabendo como enfrentar e resolver situações de tensão e conflito através do “diálogo”, e o último é o aprender a ser, que visa o desenvolvimento do sujeito total a nível intelectual e sentimental seja individual ou social.
O texto de Shechtmam (2001) é importante para profissionais da aera de educação, formados ou em formação que pretendem se capacitar e/ou se aperfeiçoar para a atuação pedagógica e objetivam ver mudanças significativas no processo de aprendizagem de cada aluno a nível individual, mas também a nível da coletividade social.     
Textos como este tem aguçado o meu interesse e curiosidade por aprender cada vez mais sobre a atuação pedagógica para que eu possa ser uma mediadora que provoca a curiosidade de meus futuros alunos. Sou Nádia P. da S. Almeida, acadêmica do Curso de Pedagogia da Universidade de Brasília – UnB/UAB.

6 comentários:

  1. Obrigada Emerson!

    Fico extremamente lisonjeada com um elogio vindo de você!!
    Se der, leia os outros textos!
    Saudades!

    Nádia

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  2. Oi Nádia. É muito bom ver nosso trabalho dando frutos. Seu resumo está excelente. Obrigada
    Sheila

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  3. Olá profª. Sheila!

    Esse foi um dos textos que desenvolvi durante a disciplina!
    Fiquei muito feliz com o seu comentário!
    Muito obrigada!

    Nádia

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